segunda-feira, 27 de junho de 2011

PASTORES FIÉIS
A palavra da hora é fidelidade e o nosso objetivo é aperfeiçoar os santos no cultivo da fidelidade. Mas sabemos que uma parte importante disso somente se dará pelo fato de termos pastores fiéis. É legítimo afirmar que para termos igrejas fiéis precisamos de pastores fiéis. Quando uma igreja sai dos trilhos, geralmente é porque o pastor dela já saiu antes. Mas o que é um pastor fiel? Nestes tempos de tanta variedade denominacional, teológica e metodológica (e de tanta liderança personalista), é possível traçar perfis divergentes daquilo que seria um pastor fiel. Por isso, é necessário novamente voltar à Bíblia e deixar que ela fale por si mesma, permitir que ela seja um parâmetro único para essa definição. Como diz o profeta Isaías: “À Lei e ao Testemunho!” (Is.8:20). Vamos à Bíblia, pois!

Quando o Jesus ressurreto perguntou a Pedro, por três vezes, se este o “amava”, a cada uma de suas respostas replicou com a seguinte recomendação: “Pastoreia as minhas ovelhas” (Jo.21:15-17). Apesar do desprezo que os rabinos farisaicos dedicavam à profissão de pastor de ovelhas, que era sempre suspeito de desonestidade e não era aceito nem como testemunha em um julgamento, foi esta a figura que Jesus usou para responsabilizar a Pedro pelo cuidado dos seus discípulos após sua ascensão, bem como para falar do amor de Deus para com os pecadores (Lc.15:1-7) e também para falar de si mesmo como responsável pelas suas ovelhas (João 10). A função do pastor nas terras da Palestina exigia paciência, cautela e honestidade. No verão seco, em terra fraca, não era fácil achar novas pastagens e água suficiente. Era muito difícil atingir o equilíbrio correto entre a alimentação, o abastecimento de água, o descanso e a viagem. O pastor devia cuidar incansavelmente dos animais indefesos (Ez. 34:1-31). A sua dedicação era posta à prova quando tinha que guardar o rebanho, noite após noite, contra os animais selvagens e os salteadores (João 10:12).

Os títulos efetivamente usados no Novo Testamento para o líder principal da igreja local foram “presbítero” (ou “ancião”) e “bispo”. Somente em Ef.4:11 encontramos a menção de “pastores”. Mas quando os autores bíblicos queriam falar da função desse líder, usavam o verbo “pastorear”, como Paulo em At.20:28-31, falando aos presbíteros de Éfeso: “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue. Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, por três anos, noite e dia, não cessei de admoestar, com lágrimas, a cada um”. E como Pedro, em I Pd.5:1-3: “Portanto, apelo para os presbíteros que há entre vocês: Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados, olhando por ele; não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer; não por ganância, mas desejosos de servir; não como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho”.

Há uns anos atrás uma parenta minha, tendo ido à sua igreja num domingo, foi cumprimentada pelo pastor da seguinte maneira: “Muito obrigado pela sua visita. Volte sempre”. Ao que ela respondeu: “Mas eu não sou visitante, sou membro desta igreja há muitos anos. Na verdade, sou nora do pastor anterior”. O que mais me impressionou no livro “Uma Igreja Com Propósitos” (Ed. Vida, SP, 7ª. Impressão, 2002), de Rick Warren, um dos líderes evangélicos mais incensados (e também mais emulados) da atualidade, foi a sua declaração de que um pastor não pode cuidar de mais do que duzentas ovelhas, afirmação esta que entra em flagrante contradição com o resto do livro (ao chegar a este trecho - p. 125 - quase abandonei a leitura). Ele está certo e esta constatação não é só dele. Outros estudiosos da obra pastoral já disseram a mesma coisa. Duvido que qualquer pastor em sã consciência e com a alma pura, possa dizer o contrário.

Na verdade, pelo menos para mim, este número é menor ainda. Ao iniciar meu ministério estabeleci que queria ser um pastor como Jesus: queria conhecer as minhas ovelhas e ser conhecido por elas (Jo.10:14). Isto quer dizer, no mínimo, saber o nome, o endereço, a idade, a profissão, as doenças, os dons, o nome dos filhos, as idéias, o estilo de vida, etc., de cada uma das ovelhas. Significa também, interagir com elas pessoalmente, não apenas através do púlpito, ou do telefone, mas também através da visitação e do compartilhamento nas horas alegres e tristes. Tenho sido pastor de seis igrejas ao longo de trinta e oito anos, nenhuma delas com mais de cem membros. Evidentemente, tive e tenho as minhas limitações pessoais e não quero comparar-me a outros pastores, mas cheguei à conclusão de que para ser fiel ao padrão bíblico não poderia ser pastor de outra maneira.

Há pouco tempo recebi uma correspondência de uma “mega-igreja”, convidando-me para um evento que seria liderado por vários de seus pastores. Fiquei impressionado com a quantidade e a diversidade de pastores e suas funções. Havia pastor de todo tipo, mas não havia nenhum pastor “pastor”, isto é, pastor de ovelhas.

Entendo que para ser um pastor fiel, a primeira coisa a fazer é, simplesmente, “pastorear”. E pastorear é encorajar a cada um, de casa em casa, noite e dia , se preciso com lágrimas; é trabalhar e dar exemplo; é socorrer os necessitados; é dar mais do que receber; é servir com humildade (Atos 20:17-38). Pastorear é alimentar e abrigar as ovelhas, defendê-las e mesmo dar a vida por elas (Jo.10). Pastorear é buscar as ovelhas desgarradas, livrá-las dos perigos e dos inimigos, curar suas feridas (Lc.15:1-7). Pastorear é amar como Deus ama, é contentar-se com o suficiente para o seu sustento, é não tiranizar o rebanho, é ser um modelo a ser seguido pelo rebanho (I Pd.5:1-9 e I Tm.6:8). Se não estivermos fazendo isto, não estamos sendo pastores fiéis.

Pastor fiel é aquele que maneja bem a Palavra de Deus (II Tm.2:15), retendo-a firme e fielmente, para que seja poderoso tanto para ensinar os que querem aprender como para convencer os contradizentes e tapar a boca dos insubordinados e enganadores (Tt.1:9-11). É o que prega a Palavra com integridade, quer os ouvintes achem conveniente quer não, quer queiram ouvir ou sintam coceira nos ouvidos (II Tm.4:2-4), não se esquivando nunca de anunciar todo conselho de Deus (At.20:27), para que saibam que esteve no meio deles um profeta (Ez.2:1-10). É aquele que não manipula a Bíblia, usando-a para justificar suas visões pessoais (Jr.23:25-28), nem falsifica-a ou adultera-a para satisfazer vaidades ou interesses pessoais (II Co.2:17 e 4:2).

Pastor fiel é o que vela pelas ovelhas, como quem há de prestar contas delas ao Senhor que as confiou às suas mãos (Hb.13:17 e I Pd.5:3). É o que sente diariamente o peso da preocupação com os problemas que afligem as ovelhas (II Co.11:28-29). É o que sofre com as tribulações que se abatem sobre elas (I Ts.3:1-8). É o que intercede dia e noite pelas ovelhas, exercendo essa faceta sacerdotal do ministério pastoral (Jo.17:1-26; Ef.1:15-23; Fp.1:3-11; Cl.1:9; I Ts.1:2,3;2:13;3:9-13).

Um pastor fiel há de viver uma vida irrepreensível como ser humano, marido, pai e como cristão, para que possa liderar a igreja com integridade (I Tm.3:1-7). Finalmente, ele colocará o ministério acima da própria vida (At.20:24); cumprirá sua missão sem esperar glória ou reconhecimento humanos, na certeza de que aquele em quem creu, e que o chamou para ser pastor, será suficiente e poderoso para guardar o seu tesouro até o dia final (II Tm.1:12), e de que esse Supremo Pastor se manifestará naquele dia e lhe dará a imarcescível coroa de glória (I Pd.5:4 e II Tm.4:6-8).

Pr. Sylvio Macri
JesusSite
As Misericórdias de Deus - O Conforto que Deus Supre nas Horas de Angústia e Dor
Publicado em 2/27/2008
Lembra-te da minha aflição e do meu pranto, do absinto e do veneno.
Minha alma, continuamente, os recorda e se abate dentro de mim.
Quero trazer à memória o que me pode dar esperança.
As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque
as suas misericórdias não têm fim;
Renovam-se cada manhã
. Grande é a tua fidelidade.
A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele.
Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca.
Bom é aguardar a salvação do SENHOR, e isso, em silêncio.
Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade.
Assente-se solitário e fique em silêncio; porquanto esse jugo Deus pôs sobre ele;
Ponha a boca no pó; talvez ainda haja esperança.
Dê a face ao que o fere; farte-se de afronta.
O Senhor não rejeitará para sempre;
Pois, ainda que entristeça a alguém, usará de compaixão segundo a grandeza das suas misericórdias;
Porque não aflige, nem entristece de bom grado os filhos dos homens.
Pisar debaixo dos pés a todos os presos da terra,
Perverter o direito do homem perante o Altíssimo,
Subverter ao homem no seu pleito, não o veria o Senhor?

Lamentações de Jeremias 3:21 - 36

Atenção: O material a seguir destina-se à leitura de pessoas maduras e pode ser profundamente perturbador à grande maioria dos leitores. O autor recomenda grande discrição no uso deste material e na exposição do mesmo.

O profeta Jeremias nos deixou um excelente poema falando acerca da misericórdia de Deus em Lamentações de Jeremias capítulo 3. No início do capítulo 3 de Lamentações de Jeremias, o profeta está refletindo sobre a destruição de Jerusalém e o desterro do povo judeu para a Babilônia do rei Nabucodonosor. Pelas palavras dos versos 19 e 20:


Lembra-te da minha aflição e do meu pranto,do absinto e do veneno.
Minha alma, continuamente, os recorda e se abatedentro de mim.

ele nos indica que a dor e a angústia retornavam todas as vezes que ele se lembrava de suas tribulações e suas reflexões eram tão deprimentes quanto suas perspectivas. Talvez como Jó o profeta estivesse pensando em "esquecer" suas aflições:
Se eu disser: eu me esquecerei da minha queixa, deixarei o meu ar triste e ficarei contente ainda assim todas as minhas dores me apavoram, porque bem sei que me não terás por inocente - Jó 9:27 - 28.

Mas não adiantava. Ele se lembra em todas as ocasiões - "minha alma continuamente os recorda" - verso 20 - da sua "aflição, do pranto, do absinto e do veneno" - ver verso19. É com estas palavras que ele se refere, de forma enfática, acerca da sua aflição. Era esta a maneira como ele percebia suas dores e como se sentia ao pensar nelas. Seus pensamentos se transformavam na própria miséria. Jeremias bem sabia que tudo pelo qual ele e o povo de Israel estavam passando era fruto do pecado e é exatamente o pecado que torna o cálice da aflição em um cálice de amargor profundo. Ele se lembrava que os cativos na Babilônia deviam ter bem vívidas em suas mentes as cenas do cerco, do incêndio e da destruição de Jerusalém. E certamente, como o próprio profeta eles deviam estar se lembrando de Sião, pois era impossível esquecer Jerusalém:

Às margens dos rios da Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos de Sião. Se eu de ti me esquecer, ó Jerusalém, que se resseque a minha mão direita. Apegue-se-me a língua ao paladar, se me não lembrar de ti, se não preferir eu Jerusalém à minha maior alegria - Salmos 137:1, 5 - 6.

A alma do profeta não estava somente abatida por causa da aflição em que ele se encontrava em profundo amargor - "absinto e veneno" - mas também por causa do pecado. Da mesma maneira nós devemos humilhar nossos corações quando Deus, em Sua providência, permite que sejamos afligidos ou nos aflige por causa dos nossos pecados. Quando temos esta atitude nós podemos nos aperfeiçoar pelas correções do passado e do presente e evitarmos as futuras.
A partir do verso 21, entretanto, as nuvens negras começam a se dissipar e começamos a enxergar o céu azul novamente. A queixa do profeta desde o começo do capítulo 3 e até o verso 20 era realmente muito deprimida e deprimente. A tristeza e a melancolia podem fazer o coração arrebentar. O profeta sabe disso e em vez de se entregar completamente à melancolia ele prefere resgatar seu coração, livrando-o da tristeza imensa, trazendo à memória o que me "pode dar esperança" - ver verso 21. As coisas que podem dar esperança ao profeta não são, neste contexto, as coisas antigas e passadas e sim as que ele espera que virão. Muitas vezes nossos corações estão cheios de tristeza e de aflição e nos sentimos perdidos e esquecidos. Mas Deus em Sua graça infinita nos desperta pela leitura da Sua palavra, por uma palavra amiga ou por uma lembrança e nos renova em esperança impedindo-nos de mergulharmos de cabeça no fundo do poço. Vamos juntos ver a que coisas o profeta poderia estar se referindo quando disse:

Quero trazer à memória o que me pode dar esperança - Lamentações de Jeremias 3:21.

I. Em primeiro lugar o profeta reconhece que mesmo que as coisas estejam ruins, é somente pela graça de Deus que elas não estão piores. E nós sabemos que as situações podem ser sempre piores. Nós somos afligidos pela vara do Senhor, mas é por causa das misericórdias do Senhor que não somos consumidos:

As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim - Lamentações de Jeremias 3:22.

Quando estamos enfrentando problemas e dificuldades nós devemos, para o encorajamento da nossa fé e esperança, observar quais são os benefícios que tal situação nos traz, além do mal evidente que é mais fácil de perceber. A situação está ruim, mas poderia ser bem pior e com esta possibilidade temos o outro lado de que a situação pode ser melhor. Note as coisas que o profeta nos ensina:
  • Ele reconhece o fluxo constante das misericórdias do Senhor. Por causa deste fluxo constante nós não somos consumidos. Somos como a sarça ardente, pegando fogo, mas não consumidos. Como igreja, independente das aflições pelas quais temos que passar, temos a certeza que estaremos aqui até o final dos tempos. O apóstolo Paulo resumiu bem esta verdade ao dizer:

    Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos; levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo - 2 Coríntios 4:7 - 10.
  • As misericórdias fluem de uma única fonte: Deus. Note a forma plural "misericórdias" que denota tanto abundância como variedade. Deus é uma fonte inesgotável de misericórdias. É por este motivo que ele é chamado de: Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação - 2 Coríntios 1:3. Todos nós somos devedores à misericórdia de Deus pelo fato de não sermos consumidos.

II. Em segundo lugar o profeta, na sua profunda dor e aflição, ainda pode experimentar a ternura da compaixão divina e a verdade da promessa de Deus. É certo que em outros momentos ele se queixou do fato de Deus não ter demonstrado piedade, como quando disse:

Afastou a paz de minha alma; esqueci-me do bem. Então, disse eu: já pereceu a minha glória, como também a minha esperança no SENHOR - Lamentações de Jeremias 2:17 - 18.

Mas agora ele se corrige e reconhece:
  • Que as misericórdias do Senhor não falham por causa da fidelidade de Deus. Mesmo em tempos difíceis quando parece que Deus bloqueou Suas misericórdia elas continuam, de fato, fluindo. Os rios das misericórdias de Deus correm cheios e transbordantes e nunca estão secos. Caso o suprimento do dia anterior alcance um nível baixo, o profeta tem certeza de que as misericórdias do Senhor serão completamente renovadas pela manhã. A cada manhã um novo, completo e suficiente suprimento estará disponível. No meio das suas aflições Jó disse que Deus visita os filhos dos homens a cada manhã:

    Que é o homem, para que tanto o estimes, e ponhas nele o teu cuidado, e cada manhã o visites, e cada momento o ponhas à prova? - Jó 7:17 - 18.

    De maneira semelhante o profeta Sofonias reconhece que Deus traz à luz Seu juízo manhã após manhã:

    O SENHOR é justo, no meio dela; ele não comete iniqüidade; manhã após manhã, traz ele o seu juízo à luz; não falha; mas o iníquo não conhece a vergonha - Sofonias 3:5.

    Quando as coisas nas quais confiamos nos são tiradas o Senhor permanece constante manhã após manhã.


  • Que a fidelidade do Senhor é grande. Mesmo quando parece que o Senhor quebrou Sua aliança conosco ela está em plena força. Mesmo que Jerusalém esteja em ruínas, a verdade do Senhor dura para sempre. Não importa que tipo de dores e problemas nós tenhamos que enfrentar, nós não podemos nestes momentos entreter, nem por um segundo, pensamentos errados acerca de Deus e sim manter firme nossa posição de que Ele é compassivo e fiel:

    As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade - Lamentações de Jeremias 3:22 - 23.
    Tu reduzes o homem ao pó e dizes: Tornai, filhos dos homens - Salmos 90:3.

III. Em terceiro lugar o profeta se lembra que Deus é e sempre será a alegria toda-suficiente do Seu povo. Isto ocorre porque o povo de Deus O tem escolhido e depende - espera - que Deus seja exatamente isto:

A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele - Lamentações de Jeremias 3:24.

Assim temos que: quando nossa alma diz: "A minha porção é o SENHOR", nós estamos afirmando:
  • Que quando eu tiver perdido todas as coisas que tenho neste mundo, inclusive minha liberdade, meu sustento e quase a própria vida ainda assim eu não perdi meu interesse em Deus. Porções na terra são todas perecíveis, mas o Senhor é porção por toda a eternidade. Não podemos desprezar o fato de que até mesmo igrejas e pastores são muitas vezes responsáveis por grandes perdas em nossas vidas:

    Muitos pastores destruíram a minha vinha e pisaram o meu quinhão; a porção que era o meu prazer, tornaram-na em deserto - Jeremias 12:10.

    Mas a nossa porção mesmo nestas horas deve continuar a ser o Senhor, pelo simples fato de que nós mesmos somos a porção do Senhor.
  • Que enquanto eu tenho interesse em Deus eu tenho tudo o que eu preciso. Quando Deus é minha porção eu tenho aquilo que é suficiente para contrabalançar todas as minhas aflições e compensação por todas as minhas perdas. Deus, como nossa porção, não pode jamais ser tirado de nós.
  • Que isto é em que eu dependo e descanso satisfeito. Portanto "esperarei nele". Vou me lançar sobre Ele completamente, e vou me encorajar em Deus quando todos os outros apoios que me sustentavam desabarem. Note bem: é nossa obrigação fazer do Senhor a porção das nossas almas e recebê-lo como Consolador no meio das nossas lamentações.

IV. Em quarto lugar o profeta nos lembra que todos aqueles que se relacionam com Deus descobrirão que a confiança depositada nEle não é em vão. Isto se evidencia pelos seguintes fatos:
  • Deus é bom para os que confiam n'Ele:

    Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca - Lamentações de Jeremias 3:25.

    Deus é bom para todos. Suas tenras misericórdias são derramadas sobre toda Sua criação; todas as Suas criaturas podem experimentar da Sua bondade. Mas Deus é bondoso de uma maneira toda especial para aqueles que esperam n'Ele, para a alma que o busca:

    Melhor é buscar refúgio no SENHOR do que confiar no homem - Salmos 118:8.
    Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração - Jeremias 29:13.

    Todas as vezes que as dificuldades se prolongarem ou que o livramento parecer demorado devemos esperar pacientemente pelo Senhor e Suas misericórdias:

    Esperei confiantemente pelo SENHOR; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro - Salmo 40:1.

    Enquanto aguardamos pelo Senhor em fé, nós precisamos buscá-lo em oração. Nossas almas precisam buscar o Senhor com intensidade. Esta busca, em oração, irá nos ajudar na nossa espera. E Deus tem prometido ser todo gracioso para aqueles que O buscam e O aguardam desta maneira. É a estes que Deus irá revelar sua maravilhosa bondade.
  • Todos aqueles que esperam no Senhor descobrirão que isto é algo bom:

    Bom é aguardar a salvação do SENHOR, e isso, em silêncio - Lamentações de Jeremias 3:26.

    Aguardar a salvação do Senhor é bom - de fato esta é nossa responsabilidade e será nosso conforto e satisfação indescritíveis. Aguardar a salvação do Senhor em silêncio quer dizer que devemos aguardar pelo Senhor mesmo quando pareça que ele está demorando e que as dificuldades parecem insuperáveis. Enquanto esperamos em tais situações não devemos murmurar nem nos sentir transtornados e sim nos submeter em silêncio aos desígnios divinos. Se nos lembrarmos das palavras do Senhor Jesus quando disse: "seja feita a Tua vontade", nós podemos ter esperança de que tudo irá terminar exatamente como Deus deseja e este final é sempre o melhor para nós.

V. Em quinto lugar Jeremias nos lembra que as aflições são realmente boas para nós e que se as suportarmos da maneira correta elas irão produzir algo de bom para nós. Nós devemos saber que é bom não somente aguardar e esperar pela salvação do Senhor, mas que também é bom estarmos atribulados neste meio tempo:

Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade - Lamentações de Jeremias 3:27.

É bom para o homem suportar jugo na sua mocidade. Muitos dos jovens a quem Jeremias estava se referindo haviam sido levados como cativos para a Babilônia. É para aliviá-los que Jeremias escreve este versículo. Note que Jeremias não culpa os Babilônios. Ele diz que, em última instância, quem está trazendo este jugo sobre aqueles jovens é Deus mesmo. Este jugo é como aquele que é representado pelos mandamentos de Deus. É muito bom que aprendamos desde cedo que temos sérias obrigações para com Deus e não podemos pretender que Deus aceita qualquer coisa. Nunca é cedo demais para começarmos a nos moldar pelo molde de Deus. Sem o jugo que Deus nos impõe a grande maioria de nós seria como touros indomáveis que não se ajustam ao uso da canga e se tornam improdutivos. Jeremias nos diz que em tais situações nós devemos:
  • Acalmar-nos diante das nossas adversidades e aprender a nos sentar sozinhos e guardar silêncio:

    Assente-se solitário e fique em silêncio; porquanto esse jugo Deus pôs sobre ele - Lamentações de Jeremias 3:28

    Em vez de correr de um lado para o outro reclamando da nossa condição e agravando nossa situação e calamidade, questionando os propósitos da providência no que nos diz respeito, devemos nos retirar no dia da adversidade para um local tranqüilo onde possamos sentar sozinhos e mantermos comunhão com o Senhor, silenciando nossos pensamentos de descontentamento e colocarmos nossas mãos sobre nossas bocas, como fez Aarão, que em meio à terrível tribulação pela qual teve que passar, ainda assim guardou sua paz:
    Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face do SENHOR, o que lhes não ordenara. Então, saiu fogo de diante do SENHOR e os consumiu; e morreram perante o SENHOR. E falou Moisés a Arão: Isto é o que o SENHOR disse: Mostrarei a minha santidade naqueles que se cheguem a mim e serei glorificado diante de todo o povo. Porém Arão se calou - Levítico 10:1 - 3.

    Todas as vezes que Deus trouxer um jugo sobre nossos pescoços nós devemos nos submeter de forma paciente.
  • Quando nos humilhamos diante de Deus e aguardamos pacientemente pelo Senhor, nos humilhando de forma verdadeira:

    Ponha a boca no pó; talvez ainda haja esperança - Lamentações de Jeremias 3:29

    Muitas vezes será conveniente no humilharmos completamente, encostando nossos próprios rostos no chão, como uma demonstração da nossa submissão à vontade de Deus no meio da aflição, bem como uma demonstração da nossa tristeza, da nossa vergonha e de quanto nós nos abominamos por sermos os pecadores que somos. Precisamos agir com a mesma dignidade de Jó:

    Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado. Quem é aquele, como disseste, que sem conhecimento encobre o conselho? Na verdade, falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia. Escuta-me, pois, havias dito, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás. Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza - Jó 42:2 - 6.

    Quando nos humilhamos desta maneira o profeta nos diz: "talvez ainda haja esperança".
  • Quando somos mansos e nos submetemos àqueles que são os instrumentos das nossas aflições e mantemos um espírito perdoador:

    Dê a face ao que o fere; farte-se de afronta - Lamentações de Jeremias 3:30.

    Então nos tornamos verdadeiros filhos de Deus como descritos em Mateus 5:39 - 41:

    Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; e, ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas.

    Nosso Senhor Jesus nos deixou um exemplo vivo de como proceder. O profeta Isaías descreveu algumas das coisas pelas quais o Senhor passou quando disse:

    Ofereci as costas aos que me feriam e as faces, aos que me arrancavam os cabelos; não escondi o rosto aos que me afrontavam e me cuspiam - Isaías 50:6.

    Aqueles que são capazes de resistir às ofensas e afrontas e que não revidam ultraje com ultraje, nem fazem ameaças quando maltratados, imitando nosso Senhor:

    Pois que glória há, se, pecando e sendo esbofeteados por isso, o suportais com paciência? Se, entretanto, quando praticais o bem, sois igualmente afligidos e o suportais com paciência, isto é grato a Deus. Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente - 1 Pedro 2:20 - 23.

    Todos os que agem desta maneira descobrirão que é benéfico suportar este jugo e que em última instância o mesmo se transformará em uma vantagem espiritual. Como disse o apóstolo Paulo:
    E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado - Romanos 5:3 - 5.

VI. Em sexto lugar o profeta Jeremias reflete acerca do glorioso fato de que Deus irá retornar de forma graciosa ao Seu povo com consolações proporcionais às aflições causadas:
O Senhor não rejeitará para sempre; pois, ainda que entristeça a alguém, usará de compaixão segundo a grandeza das suas misericórdias - Lamentações de Jeremias 3:31 - 32.

É por este motivo que o profeta decide ser penitente e paciente. De fato a compreensão de como Deus é gracioso e misericordioso é o maior incentivo ao arrependimento como proposto nos evangelhos, bem como à paciência cristã. Quando agimos assim nós podemos ter certeza de que:
  • Apesar de estarmos humilhados nós não perdemos nossa herança, continuamos filhos de Deus.
  • Apesar de estarmos humilhados não ficaremos para sempre neste estado, pois a controvérsia entre nós e Deus não é eterna.
  • Seja qual for a tristeza pela qual temos que passar ou estejamos passando a mesma é exatamente o que Deus tem designado para nós e Sua mão pode ser vista no controle de todas as coisas. É Deus quem causa a tristeza e por este motivo nós podemos ter a certeza que a mesma é sábia e graciosamente ordenada. Tal tristeza é sempre por um tempo e tem um propósito específico:
    Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma - ver 1 Pedro 1:6 - 9.
  • Que Deus tem guardado muitas consolações para aqueles que Ele tenha, por ventura, entristecido. É tolice pensar que quando Deus nos entristece o mundo pode nos consolar. O mesmo que nos entristeceu precisa nos trazer o consolo. Como nos ensina o profeta Oséias temos que nós voltar para Deus, pois foi Ele quem nos feriu e é Ele quem irá nos sarar:
    Vinde, e tornemos para o SENHOR, porque ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará - Oséias 6:1.
  • Quando Deus se volta para lidar graciosamente conosco não O faz baseado em nossos méritos, mas de acordo com Suas misericórdias. Sim, de acordo com Sua multidão de misericórdias. Nós somos tão indignos que somente uma multidão de misericórdias pode realmente resolver nossa pecaminosidade. Todos aqueles que têm este tipo de expectativa não verão as aflições como algo negativo e sim como uma oportunidade de Deus derramar uma multidão de misericórdias!

VII. Em sétimo lugar Jeremias nos lembra que todas as vezes que Deus causa dor e aflição, Ele tem um propósito sábio e santo e, em nenhuma hipótese, Deus se alegra em nos ver aflitos:

Porque não aflige, nem entristece de bom grado os filhos dos homens - Lamentações de Jeremias 3:33.

Deus de fato aflige e traz agravos sobre os filhos dos homens. Todas as aflições que vem sobre nós têm sua origem em Deus. Mas Deus não tem nenhum prazer em nos afligir. Destas duas últimas frases podemos concluir que:
  • Deus só nos aflige quando nós damos motivos para Ele assim proceder. Deus não dispensa Seus aborrecimentos da mesma maneira que ele dispensa seus favores. Deus não tem prazer em afligir, mas tem prazer em dispensar Seu amor e compaixão porque eles são imensos - ver Lamentações de Jeremias 3:32 acima. Quando Deus manifesta sua bondade Ele o faz porque isto lhe agrada, mas quando Sua receita envolve coisas amargas para nós é porque nós merecemos e precisamos destas coisas.
  • Deus não tem prazer em nos afligir. Deus não tem prazer na morte dos pecadores ou nas inquietações dos Santos, mas sempre nos aflige com certa relutância. É como se Deus tivesse que se deslocar do seu lugar, o assento de misericórdia - ver Hebreus 4:16 - para nos afligir. Deus não tem nenhum prazer em ver nenhuma de Suas criaturas em estado miserável. E naquelas situações que envolvem Seu próprio povo, Deus sofre juntamente com Seu povo, o Senhor se aflige com as aflições do Seu povo. Deus é movido à compaixão![1]
  • Deus preserva Sua bondade para com Seu povo mesmo quando o aflige. Como Deus não aflige de bom grado os filhos dos homens, muito mais, então, Seus próprios filhos. Independente de qualquer coisa Deus é bom

    Com efeito, Deus é bom para com Israel, para com os de coração limpo - Salmos 73:1.

    Os filhos de Deus precisam aprender a ver o amor no coração de Deus mesmo quando estão vendo o rosto irado de Deus e a vara da disciplina em Suas mãos.

VIII. Em oitavo lugar o profeta nos faz lembrar que apesar de Deus usar seres humanos como instrumentos para corrigir Seu próprio povo, Deus está muito longe de se agradar dos excessos que os homens cometem:

Pisar debaixo dos pés a todos os presos da terra, perverter o direito do homem perante o Altíssimo, subverter ao homem no seu pleito, não o veria o Senhor? - Lamentações de Jeremias 3:34 - 36.

Mesmo que Deus use para Seus próprios propósitos a violência de homens perversos e pouco razoáveis ainda assim não podemos concluir que Deus aprova os métodos violentos e opressivos como somos muitas vezes tentados:

Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes contemplar; por que, pois, toleras os que procedem perfidamente e te calas quando o perverso devora aquele que é mais justo do que ele? - ver Habacuque 1:13.

O profeta Jeremias descreve duas maneiras pelas quais o povo de Deus é injuriado e oprimido pelos inimigos e nos assegura que Deus não aprova nenhuma delas:
  • Se os homens causam danos ao povo de Deus pelo uso de força física, Deus não aprova este tipo de agressão, pois Deus não pisa debaixo dos pés a todos os presos da terra, pelo contrário, Deus ouve cada lamento e reclamo causado por ações opressoras. Deus não somente não aprova tal opressão, mas a mesma O desagrada profundamente. É uma verdadeira afronta a Deus "pisar em cima" daqueles que já estão prostrados ou agredir aqueles que estão amarrados e não podem se defender.
  • Por outro lado aqueles que causam o mal sob a bandeira da "justiça e lei" e neste processo de forma pretensiosa "perverterem o direito do homem perante o Altíssimo", de tal maneira que sejam negados ao oprimido seus direitos e plena e verdadeira justiça, e pensam que estão fora do alcance de Deus, e, se estes mesmos homens subverterem a justa causa de qualquer pessoa e impuserem um veredicto injusto ou promoverem um falso juramento que sejam então advertidos que:
    • Deus está vendo tudo. Todas as coisas estão patentes diante daquele a quem todos nós teremos que prestar conta:

      Subverter ao homem no seu pleito, não o veria o Senhor? - Lamentações de Jeremias 3:36.
      E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas - Hebreus 4:13.

      Tudo está revelado diante de Deus e estes atos mencionados acima são extremamente desagradáveis a Ele. E todos os homens conhecem esta verdade. Portanto, quando agem de maneira tão injusta o fazem com altivez e arrogância contra Deus, o Todo-Poderoso. Os homens preferem ignorar a simples verdade de que Deus está acima de todos os seres por mais poderosos que estes possam ser:

      Se vires em alguma província opressão de pobres e o roubo em lugar do direito e da justiça, não te maravilhes de semelhante caso; porque o que está alto tem acima de si outro mais alto que o explora, e sobre estes há ainda outros mais elevados que também exploram - ver Eclesiastes 5:8.
    • Deus não aprova tais atitudes. Existem implicações bem maiores do que o texto nos informa diretamente. A perversão da justiça ou a subversão do direito de qualquer pessoa são uma grande afronta a Deus. E mesmo que Deus use tais elementos para corrigir Seu próprio povo mais cedo ou mais tarde irá confrontar tais pessoas diretamente. Deus muitas vezes permite que os perversos progridam neste mundo, mas isto não quer dizer, nem por um instante sequer, que Ele está aprovando o que estas pessoas estão fazendo. Deus é bom e não tolera a iniqüidade de nenhuma espécie.

Que as palavras de Deus, através de suas muitas testemunhas, citadas acima, nos sirvam de consolo e fortalecimento seja na hora, da angústia, da tribulação, das dificuldades e até mesmo diante de perseguições.

Ora, nosso Senhor Jesus Cristo mesmo e Deus, o nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consolação e boa esperança, pela graça, consolem o vosso coração e vos confirmem em toda boa obra e boa palavra - 2 Tessalonicenses 2:16 -17.
Alexandros Meimaridis - petrakis_adm@yahoo.com.br
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quinta-feira, 16 de junho de 2011

"Toda a mulher sábia edifica a sua casa: mas a tola derruba-a com as suas mãos."Provérbios 14:1

Com o decorrer da vida, nos deparamos com vários tipos de mulheres. Sejam elas nossa mãe, irmã, tia, professora, amiga de escola. Em cada mulher há uma
personalidade única e especial.
A mulher é diferente do homem tanto fisicamente quanto psicologicamente, vendo muitas vezes o lado mais emocional das situações que a razão.
Nas mãos da mulher Deus entregou uma responsabilidade: edificar a própria casa. Mas o que seria afinal edificar?
A palavra nos remete ao sentido de construir. Esta é a responsabilidade da mulher perante o casamento e a família: construir um lar harmonioso, onde seja agradável viver.
Nem todas as mulheres tem a virtude da mulher sábia, que edifica sua casa. Muitas mulheres, por conta de sua própria tolice podem levar um lar à ruína.
A Bíblia relata o caso da mulher rixosa, a mulher que vive murmurando constantemente, brigando, está sempre irritada e irritando toda a família. A mulher que age deste modo desestrutura a harmonia do lar, tornando-o um lugar insuportável. Seu esposo não tem prazer de estar em casa, nem seus filhos, porque sabem que serão atormentados por aquela que deveria recebê-los com amor.
Em Provérbios 27:15 lemos:
"O gotejar contínuo no dia de grande chuva, e a mulher rixosa, uma e outra são semelhantes." Assim é comparada a mulher rixosa, como algo muito incômodo
.
A mulher rixosa torna-se tão desagradável para àqueles com quem convive, que sua presença torna-se um verdadeiro estorvo, sendo preferível qualquer outra coisa que viver com uma mulher assim:
"Melhor é morar numa terra deserta do que com a mulher rixosa e iracunda." (Provérbios 21:19)

"Melhor é morar a um canto de umas águas-furtadas, do que com a mulher rixosa numa casa ampla."(Provérbios 25:24) Morar num canto de águas-furtadas é o mesmo que viver num canto onde há somente um telhadinho!
Se você se identificou com a mulher rixosa, ainda há uma solução! Nunca é tarde para mudar de atitude.
No capítulo 31 de Provérbios vemos as qualidades da mulher virtuosa, que trabalha em prol de uma boa convivência no lar com seu esposo, filhos, no trabalho, com os empregados, em todas as áreas da vida.
A respeito do tratamento da mulher virtuosa com o marido, lemos em Provérbios 31:12:
"Ela lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida."

O que você tem feito com seu próprio lar? Como você tem tratado a responsabilidade que lhe foi confiada por Deus? Tem se tornado uma mulher com as
características da mulher rixosa, que torna o lar um lugar insuportável de se viver, ou tem se esforçado para trazer alegria aos seus mais chegados, que convivem com você diariamente?
A Bíblia nos faz uma pergunta e nos mostra o valor da mulher:
"Mulher virtuosa quem a achará? O seu valor muito excede o de rubis." (Provérbios 31:10)

Não siga o caminho da mulher rixosa, pois ela se enquadra no papel da mulher tola, capaz de destruir o próprio lar.
Seja uma mulher preciosa para o seu lar, para o seu esposo e filhos, para todos que a rodeiam e Deus irá abençoar sua vida e a vida daqueles com quem você convive.


A MULHER VIDEIRA FRUTIFÉRA SALMO 128

 

Salmo 128: VIDEIRAS FRUTÍFERAS

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VIDEIRAS FRUTÍFERAS
Salmo 128
1. INTRODUÇÃO
A uva é um dos frutos mais deliciosos da terra. Este fruto pode ser branco, verde, amarelo, rosado, vermelho ou azulado, de acordo com a sua variedade. Há mais de 10 mil variedades de uvas. Dela se extrai um suco, que pode ser tomado como refresco ou como vinho, se for fermentado. Pode ser simplesmente chupado suavemente.
A uva nasce em videiras, que podem ser cultivadas amplamente, formando vinhedos, que podem durar até 150 anos. Desde cedo, a uva faz parte das civilizações, especialmente da européia, por causa do clima. Na Bíblia, a uva é mencionada pela primeira vez no contexto da vida de Noé (Gênesis 9.20).
Na Palestina, era um dos produtos mais importantes,  Todos nos lembramos dos cachos trazidos pelos espiões enviados por Moisés à Canaã (Números 13.23). Os vinhedos de Escol (Números 13.23), En-gedi (Cântico dos Cânticos 1.14), Sibma. Hesbom, Eleale (Isaías  16.8-10; Jeremias 48.32,34) e Helbom (Ezequiel 27.18) são celebrados em prosa e verso no texto bíblico. A terra prometida a Israel é uma terra de videiras e figueiras (Deuteronômio 8.8).
O cultivo da videira demanda cuidado constante, para que o fruto não se degenere. Ao longo do Antigo Testamento, há várias referências a estes cuidados (Provérbios 24.30-31; Levitico 25.3,4; Isaías 5:6; Sofonias 2.15; Salmo 80.13). Ter uma videira e uma figueira (1Reis 4.25; Miquéias 4.4; Zacarias 3.10) era sinal de paz e prosperidade. Por isto, plantar vinhas e tomar do seu fruto é sinônimo de progresso e esperança no futuro (2Reis 19.9; Salmo 107.37; Isaías 37.30; 65.21; Jeremias 31.5 e 35.7; Ezequiel 28.26; Amós 9.14); logo, plantar e não comer era sinônimo de desgraça (Deuteronômio 20.6; 1Coríntios 9.7). O fracasso no cultivo de uma videira era evidência da ira de Deus (Salmo 78.47; Jeremias 8.13; Joel 1.7). Israel é uma videira (Isaías 5.1-5). A igreja é uma videira. Três das parábolas de Jesus estão relacionadas a vinhas (Mateus 20 e 21). O vinho foi transformado num dos mais caros símbolos da fé cristã (João 15). [Cf. MASTERMAN, E. W. G. Vine. Em: International Standard Bible Encyclopedia. Disponível em <http://www.reference-guides.com/isbe/V/VINE>. Acessado em 13.11.2004.]
É por isto que uma boa esposa é comparada a uma videira frutifera.

No contexto da época, o salmo 128 eleva a mulher. Por esse mesmo tempo, Aristóteles dizia que  a mulher era inferior ao homem por natureza. Na Grécia antiga, as mulheres casadas eram mantidas reclusas num compartimento da casa e não podia aparecer em público, especialmente quando o marido recebesse alguém. Ela não participava da vida intelectual grega. Demóstenes chegou a dizer que os gregos tinham garotas de programa e concubinas para o prazer, e esposas para gerar filhos e manterem os lares.  [PINTO, Carlos Oswaldo Cardoso. Subsídios bíblico-históricos para uma teologia paulina da mulher. Em: REGA, Lourenço S., org. Paulo. São Paulo: Vida, 2004, p. 141.]
Diferentemente, o salmo 128 exalta a mulher-esposa como uma videira frutífera. Como traduzir esta imagem do mundo rural antigo, como o de Israel, para um mundo urbanizado, como o nosso?

2. VIDEIRA QUE DEUS PLANTA
Se olhamos para a ordem da criação, lemos que a mulher foi criada já como esposa. Fica bem claro a igualdade.

Então, o Senhor Deus declarou:
-- Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda.
(...) Então, o Senhor Deus fez o homem cair em profundo sono e, enquanto este dormia, tirou-lhe uma das costelas, fechando o lugar com carne. Com a costela que havia tirado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher e a levou até ele. Disse então o homem:
-- Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada.
-- Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne.
(Gênesis 2.18, 21-24)

O ser humano masculino é fruto de uma necessidade: alguém para governar a terra. O ser humano feminino é fruto também de uma necessidade: alguém que, tendo a mesma dignidade biológica, psicológica, moral e espiritual do ser humano masculino, governasse junto com ele a terra.
Depois, veio o pecado e alterou a ordem da criação, na qual homem e mulher são iguais. Estão diante um do outro e um ao lado do outro, para uma missão, sim, com uma missão porque viver é ter uma missão.
Quando o poeta compara uma esposa a uma videira frutífera, está retomando o desejo nascido no coração de Deus. A mulher pode ser pensada como uma videira que Deus planta, com uma missão: alimentar com seu fruto o homem-esposo, e, por extensão, o ser humano. De igual modo, o homem pode ser pensado como o tronco necessário nascido para uma missão: servir de suporte para que a videira cresça. Em certo sentido, homem e mulher se bastam a si mesmos, e seria um equívoco ficar só nesta perspectiva, porque ambos têm uma missão: a vida conjugal é para abençoar outras vidas.
Sim, podemos pensar na mulher como uma videira que Deus planta. Com liberdade, a oração de outro poeta, aplicado ao povo de Israel, pode ser singularizado para a mulher: Volta-te para nós, o Deus dos Exércitos! Dos altos céus olha e vê! Toma conta desta videira, da raiz que a tua mão direita plantou! (Salmo 80.14-15a).
A valorização da mulher chega ao seu clímax no Novo Testamento. Uma situação o ilustra bem: a lei judaica estabelecia padrões diferentes para a concessão do divórcio a homens e mulheres. Para o homem, qualquer razão era uma razão. Para as mulheres, não havia razão alguma. Jesus, que tinha discípulos e discípulas, deixou bem claro que o casamento devia ser, como preconizava a lei, indissolúvel para maridos e esposas, não apenas para as esposas (Marcos 10.1-12). O texto é tomado para outras discussões, esquecida a intenção de Jesus: igualitarizar homens e mulheres. Se a lei era aquela, devia ser para todos, não apenas para as mulheres, como fica claro também no episódio da mulher chamada adúltera (João 8), que até poderia ser punida se os que adulteraram com ela também o fossem.
Escrevendo aos Gálatas, o apóstolo Paulo, injustamente acusado de ser misógino, isto é, de ser hostil às mulheres, põe a igualdade no seu patamar mais elevado: Todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus, pois os que em Cristo foram batizados, de Cristo se revestiram. Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus.(Gálatas 3.26-28) Homens e mulheres são iguais diante de Deus e igualmente "capazes de ocupar qualquer posição na igreja para a qual Deus chama e o Espírito Santo habilita". [PLAMPIN, Carolyn G. Paulo e a mulher na igreja. Em: REGA, Lourenço S., org. Paulo. São Paulo: Vida, 2004, p. 199.]
A mulher é tão valorizada pelo cristianismo, essencialmente uma religião feminina desde os primórdios e até agora, que a Bíblia a emprega como símbolo (esposa, noiva) para a igreja. Jesus é o noivo (ou esposo). A igreja é a noiva (ou esposo). O convite escatológico soa eloqüente: Regozijemo-nos! Vamos alegrar-nos e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou. (Apocalipse 19.7; cf. Apocalipse 21.9; Apocalipse 22.17)
Não há, portanto lugar, para pensamentos e atitudes que confinem as mulheres a papéis secundários na vida. Se ela é exaltada no céu, por que não a exaltarmos aqui?

3. PARA SER VIDEIRA QUE FRUTIFICA
As mulheres são videiras e devem ser videiras frutíferas.

No caminho da frutificação, há dificuldades, porque uma vida boa é sempre resultado de lutas boas.
Há leis ruins a serem enfrentadas. Há problemas na saúde a serem superados. Há dores nos relacionamentos a serem vencidas.

3.1. Não desista: persista.
Para ser frutífera, a mulher precisa ser persistente.
A primeira tendência, chegadas as dificuldades, é a da desistência.
Mulher, você é videira plantada por Deus. E ele cuida de sua videira. Você não está sozinha na luta da sua vida.
Não importa qual o seu problema. Não importa o quanto se sinta só. Não importa o quanto se ache incapaz. O seu problema é também do grande Viticultor, que cuida de sua vinha. Você nunca está sozinha; seu projeto para sua vida e para sua casa é o projeto de Deus. Quando Deus fez você, o homem estava sozinho e sozinho estava até ser tornado seu marido. Não há situação que não possa ser contornada.
Se você desanimar, nada vai acontecer. Se você se afundar na dúvida, a única certeza será o pior.
Ao marido, o que se pede é que o seu comportamento não seja fator de desanimo para sua esposa. Se as dificuldades são comuns, faça tudo o que estiver ao seu alcance para que os votos de você fez um dia continuem buscados. Se sua esposa tem dificuldades pessoais, de saúde física ou emocional, não a deixe sozinha. Não deixe que ela desista. Se por nenhuma razão, esta: o bem dela é o seu.
Filho, aceite como legítima a preocupação da sua mãe. Um acidente de carro em 2004, na Tijuca, é o retrato de como os filhos devem considerar as preocupações dos seus pais. A jovem, de 20 anos, saiu na noite para se divertir... com amigos. Em casa, pelo telefone, a mãe monitorava. Lá pelas três da manhã, a mãe disse:
-- Filha, está tarde. Volte para casa.
-- Ah, mãe, daqui a pouco eu vou.
Passavam das cinco horas da manhã, quando ela e os amigos se puseram a voltar. No meio do caminho, houve uma tentativa de assalto. O motorista acelerou e foi perseguido. Avançou um sinal, bateu contra outro carro. O motorista morreu na hora. A menina, esperada em casa pelo pai e pela mãe, que estava acordada, ficou em coma uma semana e morreu. Era a filha única.
Mulher, se você não quer desistir, torne-se uma pessoa de oração. Leve os seus projetos a Deus. Leve os seus problemas a Deus. Leve os seus rancores a Deus. Um marido pode oprimir a sua esposa, mas não pode impedir que ela ore. Um marido pode impedir que sua mulher participe da vida da igreja, mas não tem como impedir que seja uma mulher de oração.
Você quer ser uma pessoa de oração? Procure a companhia dos que oram, tanto na vida real, quanto nas páginas da Bíblia Sagrada. Loide e Eunice tiveram vidas duras, mas, pela oração, se tornaram exemplos de pessoas felizes.
Seja uma mulher de oração. A videira precisa estar ligada na fonte. Se você for uma videira ligada na fonte, seu marido e seu filho vão encontrar descanso você. Você será um porto seguro para a hora da tempestade.

3.2. Não aja movida pelo rancor: seja diferente de quem a aborrece.
Para ser frutífera, a mulher precisa conjugar o verbo amar por toda a vida.
Quando somos atingidos pelos maus, tendemos a nos comportar como eles. Precisamos evitar este caminho.
Maridos cruéis produzem mulheres cruéis, porque os maridos são cruéis e porque as mulheres querem se igualar a eles em crueldade. Maridos egoístas produzem mulheres egoístas, quando as mulheres querem devolver o egoísmo com egoísmo. Maridos infieis são vingados por mulheres infieis, que encontram na vingança a sua triste recompensa.
Não deve haver igualdade no mal. O mal não é para ser imitado, só o bem.
Muitas vezes o rancor pode advir de impressões erradas. Um exemplo é a história de Mical e Davi (2Samuel 6; cf. 1Crônicas 15.29). O relacionamento dos dois começou numa circunstância bem adversa. O pai de Mical, Saul, buscava tirar injustamente a vida de Davi. Ela o livrou de cair nas mãos de Saul. Um pouco tempo depois, Davi se casou com Mical. O ambiente era de guerra, interna e externa. Davi conseguiu se firmar como rei de Israel, pacificou Jerusalém e saiu para buscar a arca da aliança, que estava fora dos termos de Israel. Com o apoio dos seus guerreiros, Davi entrou de novo na cidade que tornara a sede do seu governo. Vinha entre o povo, cantando e dançando entre o povo. De uma janela do palácio, sua esposa Mical, que há muito esperava a volta do esposo, envolvida na política e na guerra, observava toda a cena. Feliz da vida, Davi entrou em casa para abençoar sua família, mas Mical, triste pela saudade e ferida por não se achar a prioridade na vida do marido, interpretou o que viu de outra forma: ela achou que Davi estava se comportando levianamente por cantar e dançar na rua. Seu amor por Davi acabou ali. O de Davi também. O casamento terminou ali.
Mulher, não se torne igual ao mal que você condena. Pague o mal com o bem e deixe o resultado nas mãos de Deus. Se seu marido age mal com você, não aja do mesmo modo com ele. Não seja igual a ele.
Marido, faça uma revisão do seu comportamento como esposo. Veja se não está sendo cruel, na administração do tempo, na administração do dinheiro, na dedicação, na entrega.
Marido, faça uma revisão sincera. Se você está sendo infiel, pare com esta vida. Você foi feito para a fidelidade e para o companheirismo.
Marido, faça uma revisão das suas atitudes. Se você acha que sua esposa aje mau com você, enfrente a situação. Seja líder nesta hora, para que os dois possam continuar a caminhar juntos.
Filho, ame sua mãe. Demonstre este amor por sua mãe, porque amor que não se demonstra não é amor (Shakespeare).

Mulher, se você anda esgotada emocionalmente, lembre-se que foi feita para ser videira frutífera. A vida da videira não é apenas produzir uvas. Ela tem vida própria, em seus ramos, em suas folhas.
Se a alegria lhe fugiu, o prazer lhe escapou, o ânimo se lhe abateu, procure recuperar o fôlego da vida saudável. Se não conseguir sozinha, procure ajuda, num bom livro, numa boa amiga, num profissional de ajude. Não deixe sua vida acabar, por causa dos outros ou, quem sabe, por causa de você mesmo.

3.3. Não  tenha o complexo de se achar videira verdadeira: deixe este papel para Jesus Cristo.
Para ser frutífera, a mulher precisa se colocar no seu devido lugar.
Jesus se apresenta como sendo a videira verdadeira (João 15.15) e só Ele o é. No entanto há mulheres infrutiferas por se acharem videiras mais que frutíferas, por se acharem perfeitas.
Há mulheres sofrendo por terem complexo de Deus. Umas querem controlar tudo, não só a fechadura da porta. Outras querem se imolar como se seu sacrifício fosse redentivo.
A mulher precisa reconhecer a sua limitação pessoal, ou mesmo as limitações da sua vida. Conhecer-se a si mesmo é o primeiro passo para a felicidade.
Isto não quer dizer, mulher, que você não deve se empenhar ao máximo. Deve, mas ao máximo, não ao impossível. Deus é o Deus das coisas impossíveis (Mateus 19.26); nós somos homens e mulheres das coisas possíveis.
Marido, não exija tanto de sua mulher, como se ela pudesse tudo, até fazer milagres.  Não a idolatre. Seja companheiro dela nas atividades. Ajude-a a encontrar o seu devido lugar, como videira frutífera.
Filho, não exija tanto de sua mãe. Não faça dela sua empregada. Ela é sua parceira na vida, e para a vida toda.

Mulher, em meio às suas atividades, dentro e/ou fora de casa, encontro tempo para você. Para ver um filme, para ler um livro, para cuidar do seu corpo, para cuidar da sua mente, para abençoar alguém.
Mulher, em meio às suas preocupações, faça projetos novos. As faculdades estão cheias de mulheres que cuidaram de seus filhos por anos a fio, e agora encontraram a possibilidade de fazer um curso. Talvez não lhe interesse um curso superior, mas lhe interesse aprender um pouco de informática, para aprender a aprender pela internet. Seja o que for, desenvolva hábitos saudáveis para a sua vida. Lembre-se que, quando você era mais jovem, tinha muitos projetos; alguns foram realizados e outros ainda podem ser realizados. Mãos à obra, para realizar os que podem ser ainda efetivados.

4. CONCLUSÃO
A partir de Ezequiel, podemos pensar a mulher, esposa e mãe, como estando plantada em boa terra, à borda de muitas águas, para produzir ramos, dar frutos e ser excelente videira (Ezequiel 17.8).
Mulher, ame-se a si mesmas, como Jesus Cristo ama a você.
Marido, cultive suas videiras
Filho, ame as videiras de suas vidas.
E assim, parafraseando o cronista, habitem confiados, mulheres, maridos e filhos, cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira (1Reis 4.25).

sexta-feira, 10 de junho de 2011


Estudo Sobre Intercessão

A intercessão é uma responsabilidade do cristão.
Devemos compreendê-la profundamente e o livro de Daniel é uma ferramenta fundamental que nos ensina com detalhes esta tarefa que nos cabe.
A intercessão é uma responsabilidade do cristão.
Devemos compreendê-la profundamente e o livro de Daniel é uma ferramenta fundamental que nos ensina com detalhes esta tarefa que nos cabe.

Interceder

1. Pedir, rogar, suplicar (por outrem); intervir (a favor de alguém ou de algo) Intervir
V. t. i.
1. Tomar parte voluntariamente; meter-se de permeio, vir ou colocar-se entre, por iniciativa própria; ingerir-se: &
2. Interpor a sua autoridade, ou os seus bons ofícios, ou a sua diligência:
3. Ser ou estar presente; assistir.
V. int.
4. Ocorrer incidentemente; sobrevir:
5. Tomar parte voluntariamente, meter-se de permeio, em discussão, conflito, etc.:

Contexto

O estudo está no livro de Daniel! Tudo o que precisamos está ali.
Daniel era príncipe do seu povo, nós somos príncipes e sacerdotes do reino de Jesus Cristo.
Daniel estava no exílio da Babilônia, mas era judeu, assim como nós estamos no mundo, mas não pertencemos a este mundo.
Bases da intercessão


  • Condição





  • Santificação





  • Estratégia





  • Capacitação





  • Características do Intercessor





  • Revelação





  • Oração
    Estas bases são essenciais para a intercessão e devemos buscá-las para que obtenhamos o resultado esperado, não necessariamente o nosso, contudo principalmente o de Deus. Nenhuma delas pode faltar. Devemos buscá-las em Deus para cada objetivo de intercessão.
    Tenhamos em mente que não poderemos ir para o campo de batalha sem preparação. Podemos ver isso até em filmes como o Robin Hood, ele treinou bastardos para vencer o rei. Sem preparação não chegamos a lugar nenhum. Por isso preparemo-nos para a batalha através das 4 primeiras bases, que são: Condição, Santificação, Estratégia e Capacitação.

    Fase de preparação

    Condição

    Nem todos podem ser intercessores, pois Deus mesmo incomoda aqueles que Ele escolheu. Em Daniel o rei Aspenaz escolhe sábios entre o povo cativo, para ajudar na sua administração, e acaba nos dando uma lista da condição de um bom intercessor:
    DN 1:3 - E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da linhagem real e dos príncipes,
    DN 1:4 - Jovens em quem não houvesse defeito algum, de boa aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e doutos em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para assistirem no palácio do rei, e que lhes ensinassem as letras e a língua dos caldeus.

    Santificação

    Mesmo Daniel sendo escolhido de acordo com a condição, ele sabia que sua força não estava no seu conhecimento ou braço, mas no Senhor dos Exércitos, por isso decidiu não se contaminar com a comida do rei. Isso significa que devemos nos separar da contaminação do mundo, da sua facilidade, pois se tivermos "rabo preso" como poderemos interceder?
    DN 1:8 - E Daniel propôs no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não se contaminar.
    A santificação para a intercessão pode ser comparada ao ato do sacerdote de se lavar com água, antes de iniciar seus trabalhos. A água representa a palavra de Deus. Devemos nos encher da Palavra para que possamos tirar de nós impurezas que nos prejudiquem não só para intercessão mas para a nossa vida.

    Estratégia

    Isso é muito importante. Sejamos simples como a pomba e prudentes como a serpente.

    MT 10:16 - Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas.

    Não podemos lutar sem armas, sem estratégia. Quando escolhemos nos santificar, é certo que muitas coisas aparecerão para nos atrapalhar, e não poderemos perder tempo com isso. Solicitemos a Deus uma estratégia para nos mantermos santificados a quaisquer custos, nos livrando do esquema mundano.

    DN 1:9 - Ora, Deus fez com que Daniel achasse graça e misericórdia diante do chefe dos eunucos.
    DN 1:10 - E disse o chefe dos eunucos a Daniel: Tenho medo do meu senhor, o rei, que determinou a vossa comida e a vossa bebida; pois por que veria ele os vossos rostos mais tristes do que os dos outros jovens da vossa idade? Assim porias em perigo a minha cabeça para com o rei.
    DN 1:11 - Então disse Daniel ao despenseiro a quem o chefe dos eunucos havia constituído sobre Daniel, Hananias, Misael e Azarias:
    DN 1:12 - Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias, e que se nos dêem legumes a comer, e água a beber.
    DN 1:13 - Então se examine diante de ti a nossa aparência, e a aparência dos jovens que comem a porção das iguarias do rei; e, conforme vires, procederás para com os teus servos.
    DN 1:14 - E ele consentiu isto, e os experimentou dez dias.
    DN 1:15 - E, ao fim dos dez dias, apareceram os seus semblantes melhores, e eles estavam mais gordos de carne do que todos os jovens que comiam das iguarias do rei.

    A estratégia também fará parte da oração de intercessão, mas esta deve ser buscada através da revelação dada por Deus, pois aí já estaremos em batalha.

    Capacitação

    Após obtermos a estratégia de santificação temos que nos capacitar para a intercessão. Não sabemos, por exemplo, o quanto de santificação será necessário para aquela situação. A nossa vontade inicial é de sair orando, expulsando tudo que vier pela frente. Não é assim que funciona. Daniel ficou ainda 3 anos até ser apresentado ao rei. Jesus mesmo disse que certas castas de demônios só poderão ser expulsas com oração e jejum.
    MT 17:21 - Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum.
    De acordo com a estratégia, poderá ou deverá ser feito um jejum.
    DN 9:3 - E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza.

    Características do intercessor





  • Amor – Fruto do Espírito, força de Deus que é amor; Compaixão – O intercessor não deve julgar o irmão, a comunidade ou a causa pela qual intercede;





  • Identificação - Assume para si a dor e a necessidade do outro e/ou da comunidade;





  • Perseverança – Ora sem cessar;





  • Ousadia na fé – Pede, suplica, insiste porque crê na vitória. Acredita que Deus sabe tudo e fará o melhor;





  • Humildade – Sabe que se a oração é ouvida por Deus não é devido aos seus méritos, mas porque Deus é misericordioso;





  • Discernimento – Para fazer a vontade de Deus e para identificar se algo é humano, divino ou do Maligno. O Espírito Santo em nós é quem dá o discernimento, o qual vamos adquirindo à medida que buscamos uma maior comunhão com o Espírito e nos tornamos sensíveis à sua voz;

    Fase de ação

    Revelação

    Devemos repetir os passos anteriores até que cheguemos naturalmente na revelação. Para isso irmão, entendamos que revelação é ao mesmo tempo um processo e um resultado. Se uma revelação é parcial, ela não deve ser usada. Uma revelação tem de ser provada, principalmente pela Palavra de Deus. Peçamos confirmação a Deus, para que não sejamos confundidos pelo diabo, pois ele pode se disfarçar. Afinal, se nossa causa é justa, o diabo será incomodado, qual seria a estratégia do inimigo?
    1JO 4:1 - AMADOS, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.
    Se a revelação não é completa ela ainda é um processo e não um resultado, devemos continuar, perseverar até termos algo revelado e confirmado.
    Tudo isso deve ser regado com muita oração, santificação através da palavra de Deus e diligência.
    Estude o capítulo 2 de Daniel.

    Oração

    Agora chega a hora da batalha. Munidos de nossa arma, a Palavra de Deus revelada pelo Espírito Santo, santificados por ela, estrategicamente posicionados diante de Deus, é chegada a hora de nos apresentarmos para a batalha. É irmão é isto mesmo uma batalha será travada, um bom combate, um combate que a vitória é certa, pois o inimigo já estará vencido, pois se Deus revelou o que se encontra por trás da situação, já revelou a confirmação através da Bíblia, só nos resta pedir que venha o Reino de Deus sobre aquela situação. Normalmente existe pecado que deve ser retirado, pela misericórdia de Deus. Veja em Daniel um completo exemplo de oração intercessora no capítulo 9. Ele se coloca em oração, em primeira pessoa do plural. Ele pede perdão pelo povo, mas se coloca como pecador, cometedor do mesmo pecado do povo. Mesmo que ele não tenha feito, ele se coloca na brecha, ele se arrepende de algo que pode não ter feito, ele se coloca no mesmo lugar.
    Você já ouviu isso antes?
    Jesus se colocou no nosso lugar, e intercede por nós. Interceder por outros é a mesma coisa.
    Por isso irmãos, não podemos fazê-lo que qualquer jeito, se não sofreremos as mesmas conseqüências.
    E uma vez que definimos de que lados nós estamos, não poderemos mais "marcar bobeira".
    Não poderemos mais ir ao estádio, num jogo do Corinthians, com a camisa do Palmeiras, senão apanharemos de verde e amarelo.
    Olha, sou testemunha do que aconteceu com a empresa onde trabalho, muita coisa mudou.
    As movimentações que Deus fez foram incríveis, sem falar nas conversões. Por isso interceder é preciso.
    Vamos lutar por uma família melhor, uma igreja melhor, um bairro melhor, uma cidade melhor, um estado melhor, um país melhor e um mundo melhor.